005. Contra ventos e marés... pelo ‘bem comum’
Editorial de Ana Brito Jorge
006. ARIANA COSME
“A escola não pode continuar a fazer-se só com professores, ainda que seja necessário reconhecer que eles devem assumir um papel decisivo – papel que os confronta com a necessidade de pensar e gerir o currículo de forma não estandardizada e burocrática (…). Por fim, é necessário que a avaliação seja entendida como fator potenciador de aprendizagens e de decisões relacionadas com este propósito. O ato de avaliar não pode continuar a ser construído como um veredito através do qual se legitima, acima de tudo, a seleção académica dos alunos. A inclusão também passa por aqui.”
Questionário proposto por António Baldaia
010. DAVID RODRIGUES
“O DL54/2018 é um marco em Portugal e no mundo. Esta legislação é consistentemente mencionada e elogiada por organizações internacionais de referência, como a UNESCO, a OCDE e as Nações Unidas. (…) Não diria que encontrámos a perfeição: as leis não são mandamentos intemporais, têm sempre imperfeições, imprecisões, que vão fazendo caminho e sendo corrigidas à medida que são aplicadas; temos de continuar a aperfeiçoar e a clarificar aspetos que já sabemos que precisam de ser clarificados. (…) Ouve-se muitas vezes dizer que a lei é boa, mas a sua aplicação é menos boa. A nossa missão é aproximar princípios bons – aqueles que sabemos por experiência e ciência que são os mais adequados – do trabalho pedagógico que se faz nas escolas.”
Questionário proposto por António Baldaia
014. A diferença entre saber o nome da ‘coisa’ e conhecer a ‘coisa’
A incerteza sobre a eficácia da vacina e o que não foi dito sobre os testes clínicos, em termos de efeitos adversos, colocam-nos perante uma incerteza a que não se pode escapar.
Amélia Veiga
016. Os desafios da pandemia
Importa pôr em relevo o caráter decisivo da responsabilidade pessoal, o que implica desenvolver e aprofundar o sentido crítico a partir da valorização dos sentimentos mais genuinamente humanos.
Manuel Matos
018. Regresso à escola
Embora de diferentes modos, ninguém escapa às consequências deste confinamento forçado e dos comportamentos de proteção e de adaptação familiar, laboral e escolar a que nos tem obrigado.
Carlos Cardoso
020. A nova ‘verdade educativa’: soft skills
Um discurso que invade o campo educativo e o faz corroborá-lo, ignorando o sentido do laço social, da corresponsabilidade social, anunciando uma certa apologia do vórtice social.
Henrique Vaz
022. A vida na educação e a educação para a vida
É possível ter ao mesmo tempo conteúdos curriculares motivadores e atividade escolar que suscite a participação ativa de todos os estudantes.
Jaime Silva
024. “Há qualquer coisa de podre na Educação”
É inaceitável um processo de aprendizagem que não comece no aluno. Porém, permanece o princípio da hierarquia que se inicia no decisor político e termina no professor.
André Escórcio
026. Os maltratados e esquecidos professores
Pode haver muito conhecimento científico-pedagógico, muita experiência didática, muito domínio de relações afetivas, mas o cansaço é cada vez maior e a paciência vai-se esgotando.
Rafael Tormenta
028. Ser professor: o conhecimento profissional como questão a debater
Num tempo em que se tende a alienar a Escola como espaço de empoderamento culturalmente significativo, o conhecimento profissional dos docentes assume lugar de destaque.
Ariana Cosme e Rui Trindade
030. Críticas e elogios à escola pública
As críticas à escola pública foram-se sucedendo. Umas, negacionistas, apostadas na privatização da educação; outras, propositivas, com diferentes origens, amplitudes e nuances motivacionais.
Almerindo Janela Afonso.
032. La Navaja de Hanlon
He rescatado de la estantería «El poder de la estupidez», de Giancarlo Livraghi, porque he querido refrescar algunas ideas para tratar de comprender algunos hechos recientes.
Miguel A. Santos Guerra
034. A perda da memória em ciência
O critério dos últimos cinco anos para pesquisa bibliográfica sobre o objeto a investigar toma o campo enunciativo como homogéneo, invisibilizando linhas de força e regras de produção de objetos, enunciados e conceitos.
Luís Fernandes
036. O todo em farrapos
Assiste-se a uma apropriação do ‘social’ por engenheiros, políticos, tecnocratas, etc., de forma abusiva, descontextualizada e banalizada. Ora, um cientista social não arrisca discutir física quântica com um físico...
Ana Vieira e Ricardo Vieira
038. Allegro ma non troppo
Atualmente, não são as ciências sociais e da educação que sustentam os alicerces principais da governação educacional, mas a estatística e a nova ciência dos dados.
Rosanna Barros
040. ANTÓNIO FRAGOSO
“Não temos, propriamente, um subsetor público de educação de adultos; temos é coisas mais ou menos parcelares e algumas iniciativas de segunda oportunidade para os adultos que deixaram a escola numa idade em que não o deveriam ter feito. (…) E isto quando temos os adultos com menores qualificações da Europa toda. (…) Organizar um sistema de educação de adultos coerente, que leve em consideração as próprias características dos adultos, que não os infantilize, e que permita que possam retornar à educação mantendo a atividade produtiva, já seria algo que, em pouco anos, poderia fazer imenso pelo país.”
Entrevista realizada por Maria João Leite
046. Las calles de la ciudad tienen nombre
Los nombres de las calles de nuestra ciudad nos invitan a preguntarnos por su significado profesional y moral. Nos están educando desde la calle, todos los días, y a miles de ciudadanos.
José M. Hernández Díaz
048. Prever o futuro para traçar o destino
Quando milionários de países longínquos compram terras e constroem residências em Portugal, para passarem férias ou o resto da vida, os portugueses correm o risco de não poderem traçar o próprio destino.
Leonel Cosme
050. Convivência de circunstância
Inevitavelmente, abordámos o estado da saúde da nação, agora que a população mundial esconde literalmente parte da cara, sem saber se para se proteger ou para proteger o outro.
Pascal Paulus
052. Fábrica de carimbos
O desequilíbrio de poder toma rosto sempre que os cidadãos interpelam a administração pública e da justiça, ou os balcões das empresas, para a resolução de questões pessoais.
Luís Vendeirinho
054. A existência na (auto)narração: intermitências da memória
No clássico Cem Anos de Solidão, universalizado pela pena de Gabriel García Márquez, encontramos logo à partida um realce que expressa a dimensão narrável que nos constitui.
Ivonaldo Leite
056. Poesia na escola: contributo para a exploração do real e do imaginário
Real e imaginário vão compor o despertar da curiosidade, a aquisição de novas ideias, o enriquecimento do vocabulário, o pensar reflexivo e a expansão e expressão de sentimentos.
José Miguel Lopes
058. ‘Fazerpensarsentir’ o mundo com os cotidianos
Se, por um lado, a pandemia provocou uma barreira física, por outro, notamos as diversas criações de docentes e discentes a partir dos inúmeros artefatos digitais com os quais precisaram trabalhar.
Izadora Agueda, Juliana Rodrigues, Michelle Trancoso
060. Cultura em tempos de pandemia
Cinco agentes da cultura refletem sobre o impacto da pandemia. António Capelo, Manuel Cruz, Manuela Matos Monteiro, Pedro Magalhães e Rui Spranger partilham preocupações e expectativas para o futuro.
Reportagem de Maria João Leite
064. Algo vai mal no reino do rato
A Disney anunciou o despedimento de 4.000 trabalhadores até ao final de março, além dos 28.000 que começaram a receber notificações em outubro.
Paulo Teixeira de Sousa
066. CONSTANÇA PAÚL
“Quando pensamos em pessoas mais velhas, um dos problemas é o tempo, o tempo que lhes resta para viver e que não vão recuperar mais. Nos mais velhos não há lugar para adiamentos, não há a perspetiva de deixar para mais tarde, porque pode não haver esse outro tempo no futuro. Essa é uma grande diferença relativamente aos mais jovens – que também perderam encontros, brincadeiras, amores, mas poderão recuperar parte delas no futuro, enquanto os velhos não.”
Entrevista realizada por Maria João Leite
072. PEJÃO, 20 ANOS DEPOIS
Portefólio de Pereira Lopes
086. Crianças & Objetos: olhares sobre as infâncias
Os objetos estão carregados de significados e colaboram para constituir, sustentar ou transgredir sentidos culturais dos modos de ser criança e viver a infância.
Ana Paula Aprato